'Eu sigo adiante. Misturo-me a vocês. Acho vocês uns amores.'

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Então...

os dias começam sempre com aquele pensamento
'perdi'.
Não sei ao certo em que momento isso tudo inicia, muito menos em que momento vai terminar. Só sei mesmo do momento da perda.
Me perco nos degraus da escada, sinto sede do teu gosto e uma chuva torrencial cai do teto sobre meus ombros. As alças da mochila pesam. Guardo tanta coisa, carrego tanta coisa. Tantas lembranças molhadas, fechadas nas costas dessa chuva esperada. Passou o calor, ufa!
Passou o calor ali, da janela pra fora.
Sabe, é incrivel como pensar em ti encurta avenidas! Se te contasse que hoje fiz todo o trajeto do centro até minha casa em cinco minutos - caminhando - tu acreditaria? Poisé, ando me teletransportando, eu acho. Todo esse jogo sensorial sob o qual tenho me submetido é digno de agradecimento. Obrigada, você.
Obrigada por me esquecer tão rápido.
Obrigada por estar bem.
Obrigada pela sinceridade.
Obrigada por não precisar de mim.
Acho que nem eu preciso.
Só preciso dizer que estou triste, preciso dizer que sinto tua falta, preciso falar, já que não te vejo. Queria tanto que tu sumisse, desaparecesse, voasse - pra lá bem longe, onde eu jamais pudesse ter tido a chance de te ver sorrindo. Queria tanto perder a memória, voltar no tempo, errar os dias, esquecer meu nome. Queria tanto te abraçar bem forte, sentir teu cheiro, me jogar nas poças d'água, me encher de lama, me encher de tudo isso, sujo, rasgar teus planos, te sequestrar, te chamar pra um café, quem sabe.
Tô aqui pensando, sei onde te encontrar e isso me angustia. Evito ruas, não olho pros lados, olho só pra frente. Tenho rumo certo, tenho pés no chão, tenho casa e filhos, tenho solidão.
Na verdade, eu sempre perco, eu sempre escondo, eu sempre faço de conta.
Olhei pra janela, só ouvi barulhos e um arco-íris que até fotografei.
Tava tão pequeno,
escondido em nuvens,
como toda a vida
que te entreguei.