'Eu sigo adiante. Misturo-me a vocês. Acho vocês uns amores.'

terça-feira, 12 de março de 2013

Tornar a ser.

Ajoelhada, a água morna caia sobre minhas costas e cabelos ensaboados, e eu pensava em ti de uma maneira diferente da dos outros dias. Venho te criando perfeita, e isto tem mexido com meus sentidos. Como se tu estivesse sempre numa foto filtrada, com cores radiantes e sorrindo, passei dias sentindo falta de um tu que não existe. Hoje, porém, eu resolvi sair de dentro de mim e escrever. Tua passagem na minha vida trouxe uma série de alterações e, ao andar pelos lugares, não fico mais tentando te encontrar, mas tento me achar e descobrir onde foi que eu fiquei. Tu cresceu em mim e ao meu redor como um grande medo e tomou conta de todas as minhas prateleiras com tua voz alta e esta boca gigante e agridoce. Dos meus segredos, fizeste arma apontada contra o meu próprio nariz; das tuas certezas, fizeste a munição cheia de pólvora; das tuas palavras, contagem regressiva. Já não sou mais aquela que tu conheceste, por quem te apaixonaste, por quem tentaste tudo. Eu mudei, mudei pra pior ao longo dos anos, mas agora eu tô voltando pro trilho. Tu não vais mais encontrar aquela última que viste - e a prova é essa: não temo mais escrever. Não temo mais que me leias, não temo mais que me descubras. Hoje, enquanto a água morna escorria sobre as minhas costas, eu cheguei no mais profundo de tudo o que sinto e pensei em absolutamente tudo que eu não quero mais ser... Tava tudo tão feio aqui dentro, tão sujo.  Deixei que toda a podridão escorresse e pela primeira vez em muito tempo me senti limpa, transparente. Pela primeira vez em muito tempo não to preocupada com a terra no chão e a cama bagunçada. Tô me organizando e, enquanto isso, acolho teu pedido.

segunda-feira, 4 de março de 2013

dourada
depen
durada
dura
ção
de
dor
de
mor
de
te
morder
de
te
mor
rer
de
te
re
viver
de
ter
de
ter
de
ser
tão
de
ser
tão

de
ser
tão
sonho
de
ser
tão
su
a
de
ser
tão
sem
pre
de
precis
ar
de
ser
pra
ti
pra
sem
pre
de
ti
pra
mim
ar.

sábado, 17 de novembro de 2012

oxigenando


dei às migalhas meus melhores pratos e te engoli em cachoeiras
inundada
e essa descida derradeira
verdadeira
das águas que pulavam num grito
do meu rosto
amornaram meus pés
no desgosto
de atravessar um oceano sem molhar os tornozelos

quarta-feira, 23 de maio de 2012

desafio.

olhos de botão, se escondem negros pra não ver a bagunça
que tomou conta do meu cantar.
a faixa de flores no teu peito está pregada,
já não podes respirar.
te penduro em meu pescoço. te quero ver voar.

o dia último do mês

é da tua boca com cheiro de menta
que vem esse meu gosto por mentir.

Back to waiting.


"We would only need each other, we'd breathe together,
Your hands would not be taught to hold another's,
'cause we're the special two.

And we could only see each other, we'd bleed together,
These arms will not be taught to need another's,
'cause we're the special two."

No rush.

sábado, 21 de abril de 2012

releitura MMXII

Já faz algum tempo escrevi sobre um amor que muitas vezes me sufoca pela falta. É uma dor intransponível, uma ausência irrecuperável de alguém que não vai voltar, mas que esteve ali para que eu pudesse ser. Que pela presença ou expectativa de existência me fez andar, falar, abraçar... e amar, no genuíno sentido da palavra. E a vida segue, com todo o bem que este anjo poderia ter deixado muito bem guardado em meu coração.

Por ti escrevo agora. Porque sinto saudades de tudo que não vivemos. Porque és a única pessoa que, somente de olhar  fotos, me faz sentir segura e amada. Meu consciente não reconhece a tua voz, teus movimentos, teu cheiro, tua sombra, talvez nem teus traços. Mas por ti, só por ti, é que meu corpo se fez febril um dia. És quem procuro quando meus olhos estão aparentemente distantes. 
É engraçado mas preciso te contar. Por vezes te procurei nas filas do banco, nos corredores do supermercado. Queria ter te visto escolhendo a margarina que colocaria no carrinho. E, se te encontrasse, diria: eu te perdôo por todo este tempo que estivestes longe. Obrigada por todas as experiências que a tua ausência me trouxe. Por tudo o que aprendi. Mas agora me abraça forte e me leva contigo. Eu preciso te conhecer!.
Aquela carta que não escrevi levou às tuas retinas todas as palavras que eu precisava ter dito. Nela estava todo o amor que não sabia expressar, todos os abraços entre os quais quis te envolver nos dias que respirei, todos os beijos que desejei ter deixado no teu rosto. Todos os olhares de raiva, de incompreensão, mas também os de carinho e admiração. Alivia saber que, de algum modo, ela chegou às tuas mãos. E iluminou as janelas da tua alma.
Peço que, de todas as coisas que ouvistes, lestes e vivestes, aquelas palavras, as que não sairam da minha boca nem da minha escrita, sejam o que tu tenhas de mais precioso. Porque amo, infinito!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Universo

esse sim sabe das coisas e me mantem bem longe. Porque se me mantivesse perto...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

te tris

Tudo isso que

te

com

põe

(teu sorriso, tua ira)

(caem em mim como alento, como tormento)

É tudo o que me

com

ple

ta.

terça-feira, 28 de junho de 2011

'Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz.
Sem tirar o ar, sem se mexer, sem desejar como antes sempre quis.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.
Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz.
Se chorar, chorar é vão porque os dias vão pra nunca mais.

Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar.

Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.

Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem'.

domingo, 19 de junho de 2011

e tudo que eu tinha de mais guardado
de mais bonito
e de mais terrível
ficou aqui
pro lado de fora é o meu eu pacato
inerte quase morto
afogado nessa vida rasa.
Por falar em olhos, esses meus andam bem cansados e confusos
principalmente quando tentam falar.
As vezes troco os olhos pela boca,
acho que falei com a boca mas falei com os olhos.

Me perco nesse jogo sensorial quando percebo
que aquilo que só seria compreensivel com palavras
foi dito pelos meus poros ou articulações.
não tenho conseguido colorir textos nem fazer formas com as palavras

e isso vai muito além da minha vontade. me deixaram com aquarela de uma só cor.

o que vai acontecer quando me cansar desse azul doente, se minhas palavras já estão esmaecendo? se elas já não tem mais força pra entrar nos teus olhos. nem mais fazem sentido em mim?

vou continuar escrevendo até que tudo volte a ser transparente

ou vou buscar minhas cores esquecidas.

domingo, 8 de maio de 2011

do que vejo do que vês


tudo o que você diz com os olhos desaparece no primeiro gesto de sua boca.

e todo o afastamento que você diz querer de tudo se contradiz no primeiro encontro com o mundo aí fora, que você aperta num abraço e envolve cuidadosamente em palavras.

eu de coração aberto assumo o risco de interpretar tudo errado
mas não assumo o risco de me tornar o que você interpreta de mim.

terça-feira, 19 de abril de 2011

a single wish...

"You've been on my mind,
I grow fonder every day,
Lose myself in time,
Just thinking of your face,
God only knows why it's taken me so long to let my doubts go,
You're the only one that I want,

If I've been on your mind,
You hang on every word I say,
Lose yourself in time,
At the mention of my name,
Will I ever know how it feels to hold you close,
And have you tell me whichever road I choose, you'll go?

I don't know why I'm scared,
'Cause I've been here before,
Every feeling, every word,
I've imagined it all,
You'll never know if you never try,
To forget your past and simply be mine,
I dare you to let me be your, your one and only,
I promise I'm worth it, mmm,
To hold in your arms,
So come on and give me a chance,
To prove I am the one who can walk that mile,
Until the end starts,

I know it ain't easy giving up your heart..."

segunda-feira, 18 de abril de 2011

saiba que tua felicidade silenciosa chegou até mim
e eu sorri.

domingo, 17 de abril de 2011

são de só

são tantas formas triangulares, redondas, quadradas

são tantas cores amarelas, vermelhas, azuis

são tantos sábados, domingos, segundas

são tantas perdas, encontros, acasos

são tantas luzes, claras, escuras

são tantos ares, ventos, tempestades

são tantos olhares, pensamentos, amores

é tanto de um pouco de tudo

que eu vejo, que eu penso e padeço

que eu resisto, rejeito o remédio

que eu preciso de muito de mim.



sexta-feira, 8 de abril de 2011

olha:

me encantas silenciosa e indesconfiavelmente.

terça-feira, 5 de abril de 2011

às vezes a simplicidade do que se sente é tão 'ridiculamente' acessível que chega dar vergonha de publicar. em todos os amores que eu sonhei, sempre pensei que as palavras mais profundas fossem as mais impressionantes e há pouco percebi que na verdade isso é muito mentira. quero a capacidade de te enxergar em cada movimento torto do meu dia, quero te lembrar enquanto esfrego o sono dos olhos e enquanto seguro a caneta nas mãos. que a loucura de amor não seja aquela que me leva ao extremo ou ao fundo do poço, mas que seja aquela loucura contínua e infinita. quero te enxergar no reflexo invertido da colher da minha sopa e dizer um eu te amo tão, mas tão sincero, a ponto que tu te tornes tudo aquilo que eu puder alcançar.

terça-feira, 29 de março de 2011

reavaliar retinas

porque quem te vê daqui de onde vejo não enxerga a flor que se esconde tímida entre meus cabelos e quem me olha através do vidro não enxerga a estrela vermelha que descansa em teu rosto.

domingo, 27 de março de 2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

depois de desligar a tv, o rádio, as luzes, o telefone, liguei a máquina de lavar e andei no escuro dos corredores da minha casa por todos os cômodos que estavam tão grandes e vazios. encontrei uma luminária sem lâmpada embaixo da mesinha de plástico no canto esquerdo do quarto, duas cortinas balançando com o vento que começara à tarde. a noite era escura, doía contínua e vagarosa . eu tinha feito tão pouco aquele dia e tão pouco ia fazer durante a noite. meu negócio mesmo era ouvir algum barulho da rua e sentar ao lado da mesa de plástico, no piso frio e ficar com a marca dos rejuntes do piso nas pernas pra viver uma noite em preto e branco, um retrato, uma fotografia, um relato - a imagem que estou criando. sendo de palavra, podendo virar papel, querendo ser de fumaça.




we could have had it all

segunda-feira, 14 de março de 2011

ziguezagueando


trazia comigo aquela velha música

repetitivo dó-ré-mi-fá-sol-lá-si

você pegou tudo

transformou em ró-sé-di-sá-fol-má-li

agora tenho muitas notas

e músicas novas todos os dias.

quarta-feira, 9 de março de 2011

hoje eu quero ser melhor do que ontem
amanhã eu quero ser melhor do que hoje
depois de amanhã eu quero ser melhor do que amanhã
seguir assim até o próximo dia chegar.

quarta-feira, 2 de março de 2011

eu era grande, tinha braços gordos enormes naquela época - muito maiores do que já são. te conduzia numa dança sem saber dançar, rebolava os olhos e pisava no fundo do teu calcanhar. era uma dança muito esquisita.
calça teus sapatos na sola das mãos, aumenta o volume das cores, pisa no meu calcanhar, rebola esses olhos grandes e gordos. vem que eu quero te ensinar a imaginar. só antes me diz qual é teu nome, que antes da dança nós vamos trocar.

terça-feira, 1 de março de 2011

deserto

a tranquilidade me roubou as unhas
o sorriso
as lágrimas
o mapa do teu caminho
e se perdeu de mim.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

The specialest one...

é um pedaço de céu azul
na escuridão da madrugada.

é, eu vi

as nuvens estão passando pela minha janela na direção contrária
mas quem disse que elas tem que ir por uma direção?
quem não é azul vai pra onde quer.

domingo, 30 de janeiro de 2011

a mariposa

.
de todo aquele bater de asas que a gente fugia
ninguém compreendia que tudo que ela queria
era encontrar um lugar para morrer.
.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

se

penso em escrever-te agora por tu ser minha possibilidade de paz. ilusão. penso em escrever-te nesse momento na verdade por ser minha possibilidade de guerra, de luta por alguma coisa que parece ser vital. penso em escrever-te agora como minha possibilidade de chão dilacerado, de céu cinza-chumbo-aguado-quase-enferrujado. penso em escrever-te agora como minha tábua de salvação alada, como minha última dança, como minha loba uivante, como minha amada amante. penso em ti como cada marca dolorida, como cada madrugada mal-dormida, como meu elefante-colorido, preto, azul, roxo. get me out of here get me out of here get me out of here. ah se eu pudesse juntar todas essas rodas marcadas de dentes no meu corpo pra fazer uma ciranda de batida pulsante, um desenho de cartomante... um desejo desse tipo triunfante, acho que estou meio ofegante, é pura a vontade de te ver nesse instante.

http://www.youtube.com/watch?v=G4nn87R63S8

terça-feira, 19 de outubro de 2010

another something.

por mais que eu tente me manter ocupada todas as horas do dia, quando paro tudo volta, palavra por palavra, gesto por gesto, sensação por sensação. não saber se isso tudo era temporário, viver pensando início, achar que te facilitei encontrar a calma. estavas te afastando de mim, entendi tudo errado, montei fantasias de perfeição e vi coisas onde elas não estão.
meu defeito é te pensar demais, analisar demais, querer demais, te querer pra mim.
não sei ser racional, eu adoro me doer, me magoar, adoro sentir. EU PRECISO SENTIR. diz que tu também sente, que te sou importante, que precisa de mim, do meu cheiro, da minha mão, do meu abraço, da minha boca. diz que eu sou boba, mas sem ar de soberba, de quem sabe de todas as coisas. diz que eu fiz tudo errado, mas tudo bem. sou só sentimento aqui dentro - não sei fingir que sou indiferente, nada do que eles acham importa se eu te disse um dia que é pra sempre.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

parte de mim

não sei se é de pedaço

ou se é um pedido de adeus

parte de ti

não sei se é de pedaço

ou se é do que vem como flecha

parte de ti

parte em mim.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

desço as escadas verdes
do teu olhar
te faço em susto
me desejar

sábado, 31 de julho de 2010



é torto.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

tliet

pro
je
tar

momentos

ar
qui
var

dizeres

de
le
tar

lembranças

e

ir

vi
ver

sábado, 17 de julho de 2010

toda a vez que penso em te escrever algo bonito
escrevo sobre mim algo maldito.
trago palavras apertadas aqui na palma da mão. talvez seja esse dia frio, talvez seja a minha indisposição, talvez seja nada, talvez não exista motivo mesmo para solta-las agora. eu gosto de saber que tu é feliz e também gosto de saber que posso ser feliz comigo. invento tantas coisas quando poderia dizer que é só isso: eu aprendi a gostar da minha companhia. quero um pouco de silêncio, da minha música triste e ligada sempre em inglês. quero a porta do quarto fechada, não quero mais interferências externas. quero a paz de viver no mundo que eu posso criar, do mundo que entra pelos meus olhos, ouvidos e escorre pelos dedos no sentido corpo-fora.

domingo, 11 de julho de 2010


dia desses que a gente acorda com vontade de vestir as roupas do avesso e de trancar portas para passar. dia desses que a gente só precisa sentir que existe liberdade no lugar que nos pertence, ou que a gente pertence a um lugar que nos deixa livre. dia desses que a gente tenta romper o cordão umbilical sem perceber que sempre fica um pouco em nós, sempre fica um pouco no ventre. dia desses que a gente tenta separar as qualidades e os defeitos como se separasse o feijão da sujeira, como se separasse a nata do leite. dia desses que a gente sonha que tudo fique mais claro, que tudo fique menos parecido com essa escuridão que somos. que tudo fique menos parecido com o que a gente odeia. dia desses que a gente passa a odiar o que amava dois minutos atrás. que a gente fica com saudade do que tanto se esforçou pra esquecer. que a gente passa a amar o que odiava dois minutos atrás. dia desses que a gente sente que não tem mais passo pra dar, que não tem mais palavra pra trocar, dia desses que a gente pega tudo isso e fica em dúvida: será que é verdade ou é mentira? a gente fica confuso, a gente fica até meio mole, preguiçoso. a gente não quer resolver nada não, a gente só quer viver os minutos bonitos, quer aproveitar o dia de tempestade mesmo tendo medo de raios. é um dia incerto e instável. instável pra mim e, consequentemente, pra ti. dia mudo, mudo o dia. dia mundo. imundo. logo o dia... o dia livre, o dia logo, diálogo. o dia que a gente tinha, ou que a gente achava que tinha. a gente não tem nada, nem a própria idade. se a gente tivesse a própria idade, a gente poderia jogá-la fora, e pegar uma própria idade nova. propriedade nova. a gente é... assim mesmo! mimados pelas coerências e minados de incoerências.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

the new fashion week


te convida pra esquecer tudo o que tu vestiu no passado.

nada disso te serve.

quer te mostrar também que nada daquilo me serve.

não tente me fazer experimentar.
tu cresceu.
eu cresci.

nós crescemos e não precisamos mais de roupas velhas,

desbotadas,
desabotoadas,
desavergonhadas.

ela avisa que a moda agora é outra.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

truman.

quando eu falei que estava tudo tão difícil aquele dia, eu juro que não sabia o que dificuldade significava. te olhei nos olhos e prometi que estaria ao teu lado quando tudo desabasse mas o que vai acontecer contigo quando quem desabar for eu? quem vai proteger os teus caminhos desse mundo mau que a gente vê todos os dias na tv e na esquina de casa quando minha pedra virar pó e tudo aquilo que era sólido sumir por entre nossos dedos? existe um fim nisso tudo que eu não sei qual é e me cansei de discutir. me resta mesmo é encarar essa droga, deixar as horas passarem e respirar bem fundo, me encher de vazio, me encher de vento. eu sei que existe tanta gente nesse mundo, tanta gente bem pior que eu, tanta gente vivendo coisa bem pior do que eu vivo. eu sei também que tem gente que me disponibiliza um tempo que não tem, uma atenção que não existe e um amor que não sabe dar. é juntando esse monte de falta que eu concretizo meu presente, colocando toda minha fé num espírito que não vejo e nem sinto, despejando um monte de angústia em teclas pretas, esperando que meu telefone toque e tu me leias aquele conto da miranda july que eu postei há um tempo atrás dizendo que isso tudo é uma brincadeira, que todos vocês só queriam saber mesmo até onde eu conseguiria chegar. meu sonho nesse momento era ser truman, descobrir que meu mundo é uma encenação, descobrir uma câmera atrás da cortina, navegar até o horizonte, abrir a porta e colocar minha cara no mundo real azul entre as nuvens do cenário perfeitamente montado para que não existisse qualquer sombra de dúvidas sobre o mundo em que eu vivia. eu cansei de machucar gente, cansei de cicatrizar e reabrir feridas carnavalescas que, entra ano sai ano, estão sempre aí. feridas escandalosamente coloridas, que arrasam por onde passam, que são barulhentas e não me deixam dormir. são cronometradas, vêm de carro abre-alas anunciando um desfile de novas facetas para o mesmo assunto. a mesma droga sabe se manifestar de tanta forma diferente! impressionante. tô cansada, tô precisando de uma vida tranquila, de algo que eu nunca tive e que nem sei se existe. tô querendo que tudo que tu faça seja bem sucedido, to querendo que tua vida seja repleta de felicidades e to disposta a sumir caso meu desaparecimento seja a única forma de isso acontecer. ou então, já que a realidade é essa, quem sabe eu possa montar um cenário, inventar um roteiro e forjar uma vida na qual eu seja a personagem principal? quero colocar nele todos os predicados de como ser feliz. viver minha peça... e morrer enganada com a minha mentira, não a tua.

sexta-feira, 18 de junho de 2010


Talvez um dia você pudesse cantar the pretenders

i'll stand by you para mim esta noite.
Talvez um dia eu pudesse cantar the pretenders
i'll stand by you para ti esta noite.
E não é preciso afinação, arranjos, luzes, impressões...
Pra isso, é preciso coragem, amor.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

promise not to promise anymore

'The sky looks pissed.
The wind talks back.
My bones are shifting in my skin
And you my love are gone.

My room seems wrong.
The bed won't fit.
I can not seem to operate
And you my love are gone

So glide away on soapy heels
And promise not to promise anymore
And if you come around again
Then I will take,
then I will take
the chain from off the door

I'll never say,
That I'll never love.
But I dont say a lot of things
And you my love are gone.'


É como se algo extremamente importante
estivesse me faltando...
O ar, por exemplo.
Mas eu não sei bem o que é.
Só sei bem como se fosse.
Só sei bem como se foi.


sexta-feira, 4 de junho de 2010



a tua pressa de fugir era tanta que esqueceu que amava.
a minha pressa de amar era tanta que esqueci que fugia.
aqui vou eu, de novo, fugir da pressa.
aí vai tu, de novo, fugir de ti.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

cheguei no limite:

.
ou me jogo e aproveito a sensação da liberdade na queda livre;

ou caio e espero a dor do fim.
.

Música do dia III





quinta-feira, 27 de maio de 2010


dedos se encontram em andares dispersos
cheios de brilho
como se o sol deles nascesse.

d
edos se encontram em uma carga de abraços pra te dar.
não vou ficar aqui esperando teu sol cruzar desde meu leste até o oeste.
isso não quer dizer que não vá continuar a esperar me espalhando só noutras direções...

terça-feira, 25 de maio de 2010

meu veneno particular:

quero esquentar a água com o calor que vem dela e fazer um chá, daqueles que fazia na caneca verde de alça quebrada pra acalmar meu sono. quero esquentar a água com o fogo que sai daquele olhar, beber cada gota, queimar tudo por dentro, fechar meus olhos e morrer quietinha, como todas as vezes que morria engasgada com a tua tranquilidade.