'Eu sigo adiante. Misturo-me a vocês. Acho vocês uns amores.'

quarta-feira, 10 de março de 2010

rotina.

procuro encher meus dias de ligações vazias, de vozes que jamais farão parte de um corpo reconhecível, de pessoas transparentes, daquelas que a gente se aproxima por circunstâncias do destino [?] sem ter capacidade de identificá-las daqui a 5 minutos e penso no quanto também sou assim pra ti. alguém que anda na tua calçada e faz tanta diferença quanto se sequer tivesse saído de casa. alguém que, caso resolva ligar, ouvirá um 'quem é?' desconfiado de uma pessoa que olha um número estranho na tela do celular.
apesar de não existir nada, eu sonho contigo e gostaria que soubesse que até teu cheiro eu sinto. chega a ser em exagero, chega a ser desnecessário, chega a ser engraçado quando a gente reconhece que não existe pra alguém e é, no mínimo, frustrante. tento pensar então 'mas eu não existo pra tanta gente no mundo, porque isso me afeta?'. sabe qual é a resposta?
eu não sei!
e fico aqui pedindo pra quem quer que seja, pra deus, pra alguma criatura poderosa, sei lá, que tu consiga perceber que tudo que eu faço é pra ver se tu olha pra cá. só eu vejo, só eu sinto. nada disso te alcança, nem eu - apesar dos braços grandes - nem eu. quero deixar ir, estou tentando deixar ir e tu nem percebe que está aqui. um dia tu vai. um dia eu vou. enquanto isso não acontece, continua me fazendo muita falta.


*Postado por alguém que odeia ser canceriana mas que não consegue escapar.