Acordo tarde, o frio que vem do pulso transforma em gelo o suor do corpo, e eu tremo. Tremo enrolada no edredom quente, tão cheio de corações e tão vazio de sentimentos. Preciso recomeçar, preciso escrever, preciso mensurar a profundidade do redemoinho. É inverno no norte, é verão no sul, é o agora e não interessa que as diferenças sejam tão profundas, tem espaço pra todas nesta vasta superfície ao mesmo tempo. É verão lá fora, é inverno aqui dentro, é primavera de borboletas quando te olho, é outono de folhas secas quando percebo. É o que é e é agora, cheio de diferenças profundas espalhadas na minha superfície. Dentro mesmo, é o pulso. E o que vem do pulso, congela.
Há um ano